Entre os pecados contra a castidade (adultério, pornografia, estupro, masturbação, prática homossexual, etc.) está a fornicação, que é a realização do ato sexual entre um homem e uma mulher que não são casados entre si e nem com outros. É pecado contra o sexto Mandamento da Lei de Deus. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) assim explica:
“A fornicação é a união carnal fora do casamento entre um homem e uma mulher livres. É gravemente contrária à dignidade das pessoas e da sexualidade humana, naturalmente ordenada para o bem dos esposos, bem como para a geração e a educação dos filhos” (CIC § 2353).
Infelizmente, dentro do relativismo religioso e moral que vai penetrando na Igreja, até mesmo na cabeça de alguns sacerdotes, a fornicação entre namorados e noivos vai se tornando corriqueira e muitos a querem justificar e até aprovar. Não é raro ouvir jovens nos dizerem que um padre disse que não é pecado viver o sexo com o (a) namorado (a) se eles se amam.
No entanto, para sermos fiéis a Deus e à Igreja não podemos aceitar essa grave quebra da moral católica. Apresento a seguir algumas passagens bíblicas que mostram como Deus condena a fornicação como pecado grave:
“Guarda-te, meu filho, de toda a fornicação: fora de tua mulher, não te autorizes jamais um comércio criminoso” (Tobias 4,13).
“Envergonhai-vos da fornicação, diante de vosso pai e de vossa mãe; e da mentira, diante do que governa e do poderoso” (Eclesiástico 41,21).
“Mas a respeito dos que creram dentre os gentios, já escrevemos, ordenando que se abstenham do que for sacrificado aos ídolos, do sangue, da carne sufocada e da fornicação” (Atos dos Apóstolos 21,25).
“Mas o corpo não é para a fornicação, e sim para o Senhor, e o Senhor é para o corpo” (I Coríntios 6,13).
“Não sabeis que vossos corpos são membros de Cristo? (id. v.15)
“Fugi da fornicação. Qualquer outro pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o impuro peca contra o seu próprio corpo” (id. v. 18).
“Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo” (id. v. 19-20).
“Receio que à minha chegada entre vós Deus me humilhe ainda a vosso respeito; e tenha de chorar por muitos daqueles que pecaram e não fizeram penitência da impureza, fornicação e dissolução que cometeram” (II Coríntios 12,21).
“Ora, as obras da carne são estas: fornicação, impureza, libertinagem” (Gálatas 5,19).
“Quanto à fornicação, à impureza, sob qualquer forma, ou à avareza, que disto nem se faça menção entre vós, como convém a santos” (Efésios 5,3).
Penso que essas passagens bíblicas falam por si mesmas e não podem ser anuladas. A Palavra da Igreja é para nós a Palavra de Cristo e de Deus Pai: “Quem vos ouve, a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita; e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou” (Lucas 10,16). E a Igreja desde sempre ensinou que a vida sexual só é lícita entre marido e mulher unidos pelo sacramento do matrimônio. Diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC):
“A sexualidade, mediante a qual o homem e a mulher se doam um ao outro com os atos próprios e exclusivos dos esposos, não é em absoluto algo puramente biológico, mas diz respeito ao núcleo íntimo da pessoa humana como tal. Ela só se realiza de maneira verdadeiramente humana se for parte integral do amor com o qual homem e mulher se empenham totalmente um para com o outro até a morte” (CIC § 2361).
“Pela união dos esposos realiza-se o duplo fim do matrimônio: o bem dos cônjuges e a transmissão da vida. Esses dois significados ou valores do casamento não podem ser separados sem alterar a vida espiritual do casal e sem comprometer os bens matrimoniais e o futuro da família. Assim, o amor conjugal entre o homem e a mulher atende à dupla exigência da fidelidade e da fecundidade” (CIC §2363).
Hoje é terrível a luta do jovem cristão contra o pecado da carne, porque o mundo – “que jaz no maligno” – se movimenta em torno do prazer do sexo, e calca aos pés a sagrada Lei de Deus. Mas não podemos esquecer o que disse o Apóstolo: “O salário do pecado é a morte” (Rm 6,23). Conheço muitos que sofrem e que sofreram por se entregarem ao pecado da carne, mas não conheço alguém infeliz por ter lutado contra ele. A Carta aos Hebreus diz que devemos “resistir até o sangue na luta contra o pecado” (Hb 12,4).
É certo que para todos é dura a luta contra as paixões da carne, – para os solteiros e para os casados –, mas é preciso dizer que quanto mais árdua for essa luta tanto maior será a vitória e a glória que daremos a Deus em nosso corpo. A Igreja ensina o remédio contra o pecado: jejum, esmola e oração. Jesus disse aos Apóstolos no Horto das Oliveiras: “Vigiai e orai, o espírito é forte, mas a carne é fraca”. Então, temos de fortalecer a vontade com a penitência, a mortificação, a oração sem cessar, e, sobretudo, a vigilância. Tudo o que entra na alma, entra pelos sentidos (olhos, mãos, nariz, boca, ouvidos); então, é preciso vigiá-los contra tudo que leve excitação para a alma.
Mas, os maiores Remédios que a Igreja põe à nossa disposição continuamente são a Confissão e a Eucaristia; a primeira lava o corpo e a alma da fornicação, e a segunda a sustenta para não cair novamente.
Esta é uma luta que muito agrada a Deus, porque a castidade é uma grande virtude.
Prof. Felipe Aquino
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